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Arte em tempos de cólera

O mundo vive momentos soturnos, em que se exaltam os maus feitos e se escondem os bons. Atolados no meio desse nevoeiro estamos nós, achando que normal a maldade, comum a corrida pelo sucesso, mesmo que, nessa maratona, não haja vencedores. Perdemos muito de nosso tempo afundados em conquistar posses, em receber bons salários. Não há nada de errado nisso, a não ser quando essa busca incessante nos cega. Deixamos a criatividade de lado, para seguir um padrão do que consideramos "bem sucedido". Afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa. Só não conseguimos enxergar que esse verde todo esconde fracassos pessoais severos, que lotam consultórios e aumentam o lucro da indústria farmacêutica. Ansiolíticos são mais consumidos (e desejados!) que chocolates! Que absurdo!!! A gramática, em vez de ser ferramenta para a construção de um texto, vira um arreio. A criatividade, (ah, coitada!) é coisa de gente louca, insana (mas que não toma ansiolítico nem tem apego a psic
Não sei quando me divorciei de mim Hoje, caminha pelo mundo alguém sem fim Objetivos parcialmente alcançados Com laços quebrados Um coração cheio, mas incompleto Eis que hoje, numa notícia de uma morte Fez ressuscitar uma morta-viva Mais viva que morta Alguém que achava enterrada Mas que nem a terra lançada Pôde cobrir Ela chega num passo ligeiro De tempo perdido Para ressuscitar Uma viva-morta.