Ufa, cansei...

Como estou cansada!!! Provas, provas e mais provas... não agüento mais estudar!!! Mas... calma, isso só dura até o próximo semestre.

E cansada de estudar, comprei minha revistinha "Seleções", e li uma reportagem intitulada "para ver a morte com leveza" ou algo do gênero. Enfim, um título que una leveza e morte, merece ser lido. Contava uma história que ainda está em construção... de uma moça a quem a morte pregou algumas peças, tirou-lhe pessoas amantíssimas, até que teve a audácia de levar-lhe a alma gêmea, o amor procurado a vida inteira (não sei se procurou, mas certamente encontrou). Só que a vida também mandou seu recado, enquanto a morte lhe arrancava o homem, a vida dava-lhe o filho desse homem. Ela entendeu o recado da vida e decidiu manter vivo o homem, o amor e, especialmente, o pai... fez um blog para seu filho (http://www.parafrancisco.blogspot.com/), para que ele conhecesse e pai... acho que ela ainda não sabe, mas escrever é um perigo!!! Quem escreve, revela-se, desnuda-se... O menino conhecerá seu pai, mas será um especialista na mãe.

Ler é sempre um exercício... um filme lhe mostra tudo, não há o esforço em imaginar e, talvez por isso, as sensações sejam mais esmaecidas. Quando se lê, é diferente... as sensações das personagens passam a ser as suas sensações, as emoções por elas vividas também são vividas por quem lê... Imaginem o meu estado depois de ler tanto a reportagem quanto os belíssimos e delicados posts do blog. Confesso que fiquei longe (bem longe) de me sentir leve, fui incapaz de aliar "leveza" a "morte". Fico feliz por ela ter conseguido, eu também superei perdas, mas não devido a qualquer leveza que dei à morte, mas porque não tive outra opção.

Opção... taí uma palavrinha que a morte não lhe deixa... ela simplesmente leva embora sonhos, planos, construções... tudo em suspenso, em por vir... e não nos deixa outra opção se não a de continuar vivendo. É um paradoxo a morte deixar a vida como única opção, mas é isso o que ocorre. Superar o que essa mulher superou, sei não, não é coisa de gente não.

Como ela há milhares de não-gentes por aí... pessoas que seguem vivendo, ainda que uma vida partida, uma vida replanejada... um rascunho daquilo que se projetava. Esses não-gente têm da morte a mesma audácia, pois não basta seguir vivendo, há de se colocar um tom alegre nessa vida, um colorido, qualquer mensagem que valha para dizer "ei, ainda estou aqui. E enquanto eu aqui estiver, não há o que me tire o brilho". E brilham, como brilham!!! Vingam-se da morte brilhando pelos seres amados, os que foram e os que ficaram. Respeitam-lhe a escolha de ter levado aqueles que tinham de mais caros, mas não se curvam ao ponto de lhe devotar a própria vida. Não! Admiro tudo isso, mas não sei se faço parte dos não-gente, não sei se tenho essa força... Como já disse em certo post, perdi muita coisa pra morte, mas também já perdi muito para a vida. Hoje não quero mais vencer, só não quero mais a guerra... e chegar a esse ponto, foi uma verdadeira vitória.

Ai, não sei mais o que escrever... perdi a fala...

Comentários

  1. Perdeu a fala mas revelou o que importa: viver não pode ser uma guerra.
    Estou gostando do blog...
    Carinho.
    Ana Paula

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Desabafe!!!

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