Sem idéias, mas...

Estou com muita vontade de escrever, mas sem a menor idéia sobre o que escrever. Assim, vamos dar um tom de "diário" a este blog.

"Querido diário,

Semana passada foi fogo!!! Graças a duas coisinhas lindas dadas pela UDF, minha maravilhosa faculdade (é, aquela em que as coisas que ainda funcionam direito são a Tesouraria e algumas aulas presenciais).
Primeiro foi a entrega das provas de uma matéria lá. Fui perguntar ao professor qual o critério de avaliação dele, pois tinha gastado três dias num trabalho que valia 4 pontos e acabei tirando 3. Queria realmente saber o que faltou, para que pudesse fazer melhor os próximos trabalhos. Eis o diálogo:
- Professor, o que faltou no meu trabalho? Qual foi o critério que o senhor usou para a correção?
- Olha, não foi você quem escreveu isso aqui não.
- Ué, como o senhor pode saber se fui eu ou não que escrevi o trabalho se o senhor nunca corrigiu um trabalho meu?
- Ah, porque você não fala assim
(É, diário, bem se vê que ele matou as aulas de "tipos e níveis de linguagem". Aliás, do jeito que ele fala, parece ter saído de uma tribo).
- Sim, e qual foi o critério? Porque você pode até não gostar do jeito que eu escrevo (é, ele disse isso, vai ver porque teve de tirar o pó daquele livrinho "Dicionário" para entender o que eu supostamente não escrevi), mas se eu tiver dito tudo o que foi pedido, o senhor não pode me tirar pontos.
- É um critério muito pessoal, muito subjetivo.
- Não, professor, o senhor não tem parâmetros para a correção. Na verdade, o seu critério é muito esotérico. O senhor deveria ter feito Astrologia e não... (vamos guardar a intimidade do rapaz, né?). Se eu fosse o senhor, abriria uma tenda mística na W3 (avenida conhecida aqui em Brasília). A D. Dayane tá rachando de ganhar dinheiro lendo bola de cristal!!!
Saí da sala, fula da vida (óbvio). Não me dei conta de que tínhamos ouvintes. O bom é que não sou mais conhecida por ter tirado nota boa em ....., mas por ter mandado o professor da outra matéria fazer Astrologia.

O outro ponto foi que a UDF inovou no quesito "crime de plágio". Explico, diário, finalmente saiu a pitomba da resposta da faculdade à reclamação que fiz (leitor, ver alguns posts abaixo). Acredita que a desculpa para o plágio foi que a professora "esqueceu" de colocar as aspas e de fazer a devida referência bibliográfica??? Dá vontade de entrar com um recurso pedindo encarecidamente para que eles apontem onde começariam e onde terminariam as aspas, pois suspeito que começariam no primeiro parágrafo da página 1 e iriam até o último parágrafo da página 8, sendo que o texto tem 10 páginas.

Se algum aluno da UDF resolver "importar" monografias da internet, esquecendo (of course) de inserir as aspas e de fazer a referência bibliográfica, e for acusado de plágio, pode me contatar, eu faço questão de passar uma cópia da tal resposta.

Pensei em deixar o Ministério Público e o MEC resolverem sobre essa inovação. Cogitei até mesmo a hipótese de informar à autora do livro (em que pese ser um livro horrível) sobre o ocorrido. Só que comecei a ver que a única interessada nisso sou eu. Então combinaremos assim: a UDF finge que ensinou Direito Romano, eu compro uns livros sobre o assunto e estudo, e os outros alunos (que não estão nem aí pra hora do Brasil) ficam com os conceitos errados (inclusive o de plágio).

Falando em conceitos errados, para a professora esquecida (tô começando a ficar com dó da moça) personalidade e capacidade jurídicas são a mesma coisa!!! Questionei um conceito que ela dava como sendo de capacidade e, na verdade, era de personalidade. Ela se defendeu dizendo que não havia um consenso entre os autores. O curioso é que TODOS os autores relacionados na bibliografia são unânimes em dizer que "nascimento com vida, viabilidade fetal e forma humana", no Direito Romano, são requisitos de personalidade. E a faculdade aceitou!!! Juro!!! Não é brincadeira não!!!

Bem, diário, agora é fazer novena para que eu não pegue a "autora" da apostila como professora para as próximas matérias."

Vou dar uma de alta executiva. Anote aí, Andrea:
1 - escrever textos no estilo "Ivo viu a uva" para o Pai (ops!) Professor F. Afinal, minha filha, essa coisa de linguagem culta, linguagem coloquial só presta para fundir a cuca dos alunos do ensino médio. Tá pensando que só porque fez Letras tem o direito de usar palavras ou expressões difíceis como "para este mister"????
2 - Se algum dia você resolver plagiar o trabalho de alguém, basta dizer que esqueceu de fazer as devidas anotações indicativas de que aquele texto não era seu.
3 - Jogar as normas da ABNT no lixo. Elas não vão te servir de muita coisa.
4 - Veja se enfia na sua cabeça que tentar ajudar a sua faculdade a ser uma faculdade melhor não é de sua alçada.

Ah, mais uma vez: falando em "faculdade melhor", uma aulinha básica de marketing. A UDF teve o desplante de colocar no mural que foi a 3ª melhor colocada no exame da Ordem em Brasília. Claro que colocaram que foi a terceira na PRIMEIRA fase (escreveram "primeira fase" numa fonte bem menor e com um azul desbotado), pois, no geral, ficou em último. Sim, caros leitores, ficou em ÚLTIMO lugar!!! Aí era um tal de alunos orgulhosos espalhando aos quatro ventos que a faculdade onde eles (e eu) estudam só perdeu para a UnB e para o Ceub. É, foi difícil acabar com as ilusões alheias e ter de dizer a verdade: ficamos em último, atrás das faculdades novas e juntinhos com as ruins. É, mas o que esperar de uma instituição em que a consultoria jurídica é formada por especialistas em desculpas esfarrapadas??? (ou vocês acreditam mesmo na historinha do "ih, esqueci... tinha mesmo de pôr aspas e o nome do livro???". Em qualquer lugar mais sério, "demissão" seria uma palavra a ser considerada).

Por que não saio da faculdade??? É como disse lá em cima, os professores das aulas presenciais (tirando o Pai F.) ainda fazem valer a pena. Em dois semestres, tive 10 professores, só um me tirou a vontade de continuar lá (não estou considerando os tutores do (des)ensino virtual ou os "elaboradores" das apostilas desse (des)ensino). Piorando a coisa, saio sem nem olhar para trás.

É isso aí.

Até a próxima!!!

Comentários

  1. olha, para a "era Pinóquio" (mais pela cara-de-pau q pelo hábito - ou vício? - de mentir) em que vivemos, um argumento como "esqueci de colocar as aspas" periga virar jurisprudência!
    ***
    Eu imagino se esse aluno da UDF se meter a juriscunsulto! Quantas aspas não serão esquecidas...? Sem contar que é perfeitamente passível de ocorrer plágio de um autor tão pequeno quanto o espírito do plagiador (mas aí é outro papo).
    ***
    vixi: "para este mister" é expressão difícil para um professor de Direito!?!? Tá feia, a coisa!

    ResponderExcluir
  2. Mas já virou!!! Não jurisprudência, mas abriu um precedente e tanto. O q. mais me intriga é saber q. eles empregam arranjadores de desculpas esfarrapadas para trabalharem na consultoria jurídica. E assim caminha a (des)humanidade!!!

    Bjus!!!

    Ps.: Eu quero mesmo é acompanhar a classificação da UDF na OAB. Se a consultoria jurídica é assim, imagine os alunos. (Volto a dizer q. os professores são bons, apesar de a instituição estar se mostrando um verdadeiro fiasco.)

    ResponderExcluir
  3. Eaí! Lembrada de mim? Do VibePix... pois é, tô de volta a essa amargurada vida de blogueiro!

    Passado o massageamento do meu ego pessoal, muito legal seu texto, pelo visto o pau deve rolar solto na sua facul, hein?

    Como eu queria estar lá, adoro ver professor que se paga de sabe-tudo levando uma...

    Até! =]

    ResponderExcluir
  4. Oi! vc pode me passar uma cópia da resposta referente a "inovação do plágio na UDF?"

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Desabafe!!!

Postagens mais visitadas deste blog

A carta de Olívia a Eugênio

A diferença entre pessoas sem caráter e mau caráter...

A importância da segunda chance...