Sim, eu ainda existo!!!

Nossa, tem tanto tempo que eu não escrevo... será que eu ainda sei como se faz isso??? O jeito é tentar, não é mesmo?

Comecemos então:

Sexta-feira passada (dia 28/09), fui buscar meu filho na escola. Até aí nada de mais. Fiquei sentada num dos bancos do pátio quando ouço uma voz (não, ela não vinha do céu nem do inferno, mas do alto-falante) pedindo para as professoras prepararem seus alunos para o “momento cívico”. Dali uns 5 minutos, eis que começa o “taranranran, taranranran” do Hino Nacional. Como toda boa cidadã e mãe (mãe tem de dar exemplo né? Vai que meu filho me vê sentada e depois resolve me questionar?), levantei-me e comecei a cantar o hino. Estávamos (eu e o coro de aproximadamente 400 vozes infantis – de 3 a 6 anos) lá pelo “raios fulgidos” quando me dá uma discretíssima crise de riso (juro, foi discreta mesmo). Fiquei imaginando o que se passa na cabeça da criançada ao ter de pronunciar palavras complicadíssimas... e dei a errada de imaginar a cena:

Imagine aquela menininha bonitinha, arrumadinha (bem, mais ou menos, pois às 18h todo e qualquer penteado já foi embora, assim como a limpeza do uniforme), naquela postura de “respeito à bandeira”, cantando com toda a convicção e pensando: “que raios vem a ser fulgidos?”, “Florão??? Será q. é um florzão???”, “lábaro que ostentas estrelado é o novo carro da Polly?”... Cabe ainda uma versão “virundum”: “Do que a terra, margaridaaaaaaaaaa”. Enfim, elucubrações da mente insana de uma mãe sã.

Quando eu também tinha de passar por esses “momentos cívicos” imaginava cada coisa!!! Em “a terra desce”, via a Terra descendo 5 níveis em relação ao sol (não, eu ainda não conhecia a lei da gravidade); “se ergues da justiça a clava forte”, pensava naqueles ciclopes, vestindo roupas semelhantes às de Bamban Rubble (filho do Barney??? Amigo de Fred Flintstone???), levantando uma imensa clava. Enfim, elucubrações da mente insana de uma criança sã.

Mudando de assunto:

Aproveitando a “renovação” no Congresso Nacional, sugeriria a algum parlamentar a criação de uma lei, obrigando aos indicados para ocupar cargos em comissão a freqüentaram aulas de boas maneiras. Por que??? Ora, vocês não viram com que delicadeza a Sra. Denise Abreu, diretora da ANAC, tratou os familiares das vítimas do vôo 1907???
"Vocês são inteligentes, o avião caiu de 11 mil pés de altura, a 400 quilômetros por hora. O que vocês esperavam? Corpos?" (http://oglobo.globo.com/pais/mat/2006/10/02/285930018.asp). Sim, eles (os parentes) são imensamente inteligentes. Eles não têm a menor dúvida de que o féretro será lacrado. Mas (sempre tem um “mas”) é realmente necessário a Sra. Denise não deixar a menor sombra de dúvida para pais, mães, esposas, filhos de que o corpo de seu ente querido está em péssimas condições???
Ela, a diretora da ANAC, pode também ser extremamente inteligente, culta, técnica, mas respeito, sensibilidade, educação (daquela básica, ensinada dentro de casa) não fazem parte de seu dicionário. Espero que outras palavras e expressões sejam inseridas no vernáculo dessa senhora “indenização por dano moral” seria um bom começo, ou, quem sabe, “exoneração”. Só a título de lembrança à tão culta diretora, tratar com urbanidade as pessoas é OBRIGAÇÃO do servidor público (sim, é um DEVER e não um favor). Caso haja dúvidas, consulte o art. 116, XI, Lei nº 8.112/90.

Aos familiares e amigos das vítimas, minhas sinceras condolências.

Até mais!!!

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