Mulheres... (aquelas com M maiúsculo!!!)

Mulheres... mulheres fortes, desafiadoras, permanentemente insatisfeitas, querendo mudar o mundo – não a partir de si mesmas, pois há muito haviam mudado ou já nasceram mudadas – mulheres que intrigam a humanidade com seus enredos, suas forças inabaláveis e a impermeável fé em si mesmas...

Nesse período de férias da faculdade, resolvi fazer uma incursão diferente: pesquisar a vida de personagens ilustres. Hoje me dei conta de que pesquisei a vida de mulheres, só mulheres. Tudo começou com uma curiosidade sobre o que haveria na net sobre Cláudia Magno, uma linda atriz a quem foram dados papéis coadjuvantes na TV e uma protagonista no cinema, faleceu prematuramente, em decorrência de AIDS, no ano de 1994 (ou 1997, não me recordo agora). Daí para pesquisar a vida de diversas outras mulheres foi um pulo!

Passeei pela vida de Aracy de Almeida, uma mulher altamente perspicaz (daquelas que só às grandes mentes é permitida tamanha perspicácia e sagacidade), dotada de um humor ácido e de uma sinceridade ímpar. Antes, dei uma espiada na breve existência de Dolores Duran, uma cantora sem igual, cuja vida foi ceifada aos 29 anos, após uma bravata profética dita à empregada “não me acorde, dormirei até morrer”. Fui ao teatro com Cacilda Becker, uma estonteante atriz, de beleza singular ; pelo que li, parecia que seu maravilhoso dom era algo que lhe vinha das entranhas, iniciou sua marcha para o fim da vida no palco, após um derrame. Visitei as irmãs Aurora e Carmem Miranda, esta nascida no mesmo dia que eu: 09 de fevereiro. Sambei ao som de Clara Nunes, sua voz portentosa, sua vida plena, mas a quem a vaidade cobrou caro preço: a própria vida. Mae West, mulher que chocou enquanto viveu, tive a impressão de que se divertia deveras enquanto deixava seus interlocutores boquiabertos. Tentei desvendar o mistério de Clarice Lispector, e descobri ser impossível, assim, deixei-me levar pela suas mãos a conhecer novos personagens, a vestir suas roupagens e ver que realmente “viver ultrapassa qualquer entendimento”...

Fui à vida de tantas mulheres e todas elas me trouxeram algo de novo, emprestaram-me sua coragem em desafiar, o aprendizado de seus tropeços, a gana que tinham em viver. Não pude dar nada a elas...

Apesar de sempre ouvir que mulher é bicho complicado, pude perceber em todas elas as qualidades relatadas no primeiro parágrafo. Todos aqueles adjetivos são comuns em todas as mulheres, mas ganham um extraordinário destaque naquelas que insistem em levantar a cabeça e seguir na vida de queixo erguido, transformando suas quedas (algumas abissais) em lições para si e para os que a rodeavam.

Enfim, posso resumir tudo numa frase atribuída a Simone de Beauvoir: “mulher não nasce, torna-se” (apesar de existirem algumas exceções, há mulheres que já nascem mulheres e suas vidas demonstram isso)

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