Porque há "umbrellas" e ambrelas

Taí mais uma musiquinha que me surpreendeu. Antes eu ficava de saco cheíssimo com aquele "ella, ella, eh, eh, eh" (isso D-E-F-I-N-I-T-I-V-A-M-E-N-T-E me torrava a paciência), mas eis que resolvo prestar atenção na letrinha da música (na verdade foi mais pra ver se compensava o maldito eco). Qual não foi o meu susto em ver que a música traduz booooooooooooooooa parte daquilo que entendo por amor, por amizade e coisas boas afins.

Ok, ok... esses são assuntos recorrentes neste blog... mas fazer o que se eu resolvi estudar o ser humano??? Tendo entender as pessoas, compreendê-las sinceramente. Tudo o que vejo até agora é um monte de gente se policiando sobremaneira, usando disfarces, forjando situações, ostentando orgulhos... e todas elas são bastante infelizes... contudo, são também fantásticas personagens de uma trama: suas próprias vidas. Suas representações, para esconder o que lhe vai estampado na face, são dignas de Oscar (alguns desses atores são tão bons que possuem "botox auto-orgânico"... nem a expressão facial é capaz de dizer o que está em suas mentes).

A bem da verdade, só vi uma pessoa que realmente tem um relacionamento feliz. Notei ainda que ele (o relacionamento dela) não se pauta em exibir o marido como um troféu, ou "sou infeliz, mas tenho marido"... ela é feliz de verdade (e com o marido que tem!!!).

Voltando a minhas conjecturas (eu sei q. o "c" caiu, mas acho linda a sonoridade da palavra "conjectura"), tudo o que sempre imaginei para o pós-"e eles viveram felizes para sempre" foi o companheirismo. Não aquele companheirismo do "eu te aturo porque não consegui achar nada melhor", ou "ai, se eu agüento isso há mil anos, consigo tolerar mais alguns séculos", ou pior (!!!) "ah, se sua conta bancária não fosse tão atrativa...", mas aquela pareceria cúmplice do "olha, pode contar comigo sempre". É claro que se você está com alguém, presume-se que você pode contar com esse alguém... mas é aí que tá a chave da questão: P-R-E-S-U-M-E - S-E

Essa presunção é válida, pois, caso contrário, não haveria namoros, casamentos, e sim um "cada um por si e Deus por ninguém" (tá, eu sei muitíssimo bem que existe o "cada um por si, blá-blá-blá", mas vamos tentar ser otimistas e "presumir" que isso seja uma porcentagem beeeeeeeeeeeeeem pequena...). Dessa forma, a presunção representaria uma escala, que já começaria no seu patamar mais alto: a confiança plena de que você pode contar com seu parceiro pra absolutamente tudo!!! Entretanto, esse patamar vai caindo (e decaindo) a cada vez que você efetivamente faz uso do "tô precisando de você": se a pessoa estiver ao seu lado, o patamar máximo se mantém, se ela for do tipo "vai lá que eu tô assistindo" e assiste, impassível, a sua fragorosa queda, o patamar vai baixando... a depender da paciência do "quedante", a escala pode ir de 100 a 0 em questão de segundos ou séculos!!!

Não sei se felizmente ou infelizmente, sou bem no estilo descrito na música. Tá certo que ela é bem clima "início de relacionamento" ou então é válida enquanto não se precisa realmente do outro, mas no meu caso, é constante (em condições normais de temperatura e pressão, óbvio!)...

Vou pegar só o refrão (sem o chatíssimo eco, é claro!!!):

When the sun shines
We’ll shine together
(quando tudo está bem, é facinho, facinho, presumir que a pessoa estará lá pro que der e vier)

Told you I'll be here forever
Said I'll always be your friend
Took an oath Imma stick it out 'til the end
(isso é dito praticamente por todas as pessoas que você conhece - eu, inclusive! Mas uma coisa eu garanto, eu realmente cumpro... até o instante em que eu perceba que estou sendo feita de capacho ou coisas do gênero)

Now that it's raining more than ever
Know that we'll still have each other
You can stand under my Umbrella
(é aqui!!!! é aqui que você vê se é valida ou não a promessa feita acima!!! Bem, eu já cansei de ouvir algo beeeeeeeeeeeeeeeeeeeem diferente de you can stand under my Umbrella, principalmente when it's rain more than ever...)

É por isso que muita gente estranha meu processo árduo de seletividade... na verdade ele é bem fácil!!! Assim como o de qualquer pessoa... pensando bem, não como o de qualquer pessoa, mas como a daquelas que não jogam para a platéia, que já aposentaram as máscaras e resolveram viver com a cara (e a personalidade) que Deus lhes deu...

Diante dessas observações todas, há horas em que me sinto um verdadeiro ET!!! Parece que tô perdida no mundo. Eu sei que é cômodo, altamente confortável viver de disfarces, mas é tão superficial, tão sem sentido, que eu não consigo!!! Muitos dizem que isso pode representar um ponto fraco, só que eu vejo exatamente o oposto, é o meu ponto forte. Saber quem eu sou, o que eu quero (custei a chegar nesse estágio, mas cheguei!!!!)

... e nesse território, eu quero o pós-"e eles viveram felizes para sempre" podendo dizer (e perceber no outro) não só:

When the sun shines
We’ll shine together

(é, porque, se for pra brilhar, devemos brilhar não só com o sol, mas nós dois juntos)

Told you I'll be here forever
Said I'll always be your friend
Took an oath Imma stick it out 'til the end

(se tô dizendo isso, é porque não fui feita de capacho de "seu" ninguém)

Now that it's raining more than ever
Know that we'll still have each other
You can stand under my Umbrella

(e sempre que precisar, você sabe - sabe mesmo!!! - que pode contar comigo, eu eu também sei - sei mesmo!!! - que posso contar com você)


mas pode dizer (e perceber no outro) também:

When I'm feeling blue, all I have to do
Is take a look at you, then I'm not so blue
When I'm in your arms, nothing seems to matter
My whole world could shatter, I don't care

(Groove kind of love - Phil Collins)

Romântico demais??? Não!!! Realista demais!!! Tão realista que só hoje percebo o quanto é difícil encontrar alguém assim, pois isso exigiria um profundo auto-conhecimento... ou pelo menos o suficiente para entender que se doar a alguém não fará com que a você fique vulnerável ou seja "menos" pessoa por conta disso...

E por enquanto é só...

Ps.: Recomendo Nunca é tarde para amar. Uma amigona me emprestou o filme, levei meses pra ver, por puro preconceito. Quando o assisti, arrependi-me de não o ter feito antes!!! Comédia-romântica (mais comédia que romance). Ah, prestem atenção às versões que a filha da protagonista faz de músicas de Britney Spears e Alanis Morissette. Outra questãozinha, acho que a "Mãe Natureza" é um alterego da TPM da personagem da Michele Pfeifer (ou, muito provavelmente, dei aqueeeeeeeeeeeeeeeeela viajada psicológico-filosófica-transcendental-mística-esotérica-ontológica-episcopal).

Comentários

  1. É acho que perdi meu filme mesmo... rsrsrsrrsrs

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  2. Ah, Lili!!!

    A gente faz uma troca!!! O filme é bom pra caramba!!! Prometo devolver assim que achar outro (meu fornecedor ficou de ver se conseguia um pra mim)...

    Beijo enorme!!!

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