Oportunidade de ficar calado...

... ou, no mínimo, com os dedos reclusos.

Antes de começar o post, convém frisar que não sou admiradora de nenhum dos envolvidos na trama, não ia nem falar nada a respeito do assunto, mas a oportunidade que José de Abreu perdeu de ficar quietinho no seu cantinho é que não dá pra deixar passar.

Seguinte, segundo um site de fofocas, o ator fez em seu blog (o qual sequer me dei ao trabalho de olhar, mas não duvido que esteja realmente lá) este comentário:

"José de Abreu continua, contando que acha discutível a aplicação da pena nesse caso, pois tudo teria acontecido em uma balada após uma briga de namorados, e não é a situação de uma mulher que apanha constantemente do marido ou companheiro e não tem a quem recorrer."

Resumindo o "pensamento" do ator, para uma mulher poder recorrer à Lei Maria da Penha, ela tem de ter sofrido, pelo menos, duas agressões físicas do marido, namorado, companheiro, etc.

Então, peraí... se numa primeira agressão o sujeito não chega a matar a mulher, mas faz com que ela faça uma bela visitinha ao hospital, não há a necessidade de se registrar ocorrência na delegacia??? Ah, então só se a primeira agressão constituir um homicídio é que se poderá tomar alguma providência???

Puxa, ainda bem que nosso legislador pensou diferente, pois o art. 5º da Lei Maria da Penha diz exatamente o contrário. Para uma melhor visualização do ator, caso um dia ele venha a ler este blog, vou destacar as partes mais importantes, com um comentariozinho básico ao lado:

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer (qualquer quer dizer qualquer e não a milésima quinta agrassão) ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico (ou seja, não é só bater que faz o agressor responder pelo contido na lei, mas todo e qualquer sofrimento físico, sexual ou psicológico) e dano moral ou patrimonial:

(...)

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação (e isso inclui namoro).

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual

Ou seja, se seu namorado achou bonitinho te bater no meio da boate, DENUNCIE; se seu marido acha fofo te rebaixar com palavras de baixo calão, DENUNCIE!!! Não dê a qualquer um deles uma segunda chance...

Seria interessante analisar se o que aconteceu com Luana Piovani tivesse acontecido com a filha do José de Abreu, se a conclusão e o pedido seriam os mesmos.

Ah, só pra constar, o que está escrito aqui não configura dano algum, pois não denegri a imagem de ninguém e usei algo que foi alardeado por toda a net para fazer um alerta a toda mulher que descobre o namoradinho que tem (vai que ele acha bonitinho me processar...).

Apesar de nunca ter apanhado de homem nenhum, certamente denunciaria o primeiro fulaninho que se atrevesse.

Até mais!!!

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