Ética x Diogo Mainardi

(Diogo Mainardi, caso o senhor esteja lendo este post, queira, por gentileza, começar pelo glossário que se encontra abaixo da despedida deste texto.)

Antes de iniciar este post, convém esclarecer que não tenho absolutamente nada contra jornalistas, só não suporto ver que alguns realmente denigrem a classe por motivos vários (atentados à Língua Portuguesa, completa ausência de opinião – ou incompetência para exprimi-la, etc...). Mas num país onde Paulo Coelho é considerado “imortal” não se pode esperar muito. Hoje tratarei de um acinte à ética (sim, jornalistas devem primar pela ética.) cometido por, óbvio, (quem adivinhar, leva um doce...) Diogo Mainardi.

Em um, como poderei dizer, “artigo” (sic.) ele deliberadamente expôs o nome (pra lá de exposto) de José Janene, após dar a palavra ao parlamentar que não divulgaria sua fonte (o jornalista disse e repetiu “Confie em mim” ao deputado.) Vou tentar fugir do lugar comum de comentar “Ah, ele tinha de resguardar o sigilo da fonte”, pois, para um sujeito que mal sabe escrever e adora um holofote, deve ser um tanto quanto complicado saber o significado de “resguardar” e de “sigilo”.

Podem me chamar de velha, mas acho que dar a palavra a alguém é algo muito, mas muito sério. Não sou das maiores fãs de Cláudio Humberto, mas devo reconhecer que, ao contrário de Diogo Mainardi, ele se portou exemplarmente ao resguardar o sigilo de suas fontes, mesmo sob pressão do Planalto e de diversos parlamentares. Ainda comparando (perdão Cláudio Humberto, sei que você não merece essa comparação), as divulgações de CH foram infinitamente mais graves que os parcos (e ridículos) blá-blá-blás de DM. CH antecipou várias das denúncias hoje verificadas, ao passo que DM mal consegue concatenar suas idéias (supondo que ele tenha alguma, ainda que pífia).

O que DM faz é semelhante à criança birrenta quando tem negado algum pedido, não avalia, apenas esperneia. (Gostaria de deixar claro que adoro crianças. Portanto, não me processem por este comentário, ok?). O que DM fez em seu “artigo” (sic.) foi, no máximo, mostrar que sua agenda telefônica tem o número de algumas autoridades. Mas ao dizer “confie em mim” ele DEVERIA portar-se como homem (se não pela atitude de uma pessoa séria, pelo menos em prol dos jornalistas) e cumprir a palavra dada. Ao desrespeitar o prometido, acabou por nivelar-se por baixo, igualou-se àqueles que critica (justamente por falta de ética e decoro). Creio que DM pode falar com conhecimento de causa das trapaças realizadas neste e em qualquer outro governo por conhecer a fundo a má-fé que as permeia. Fato este demonstrado e corroborado no referido “artigo” (sic.). Entretanto, ele jamais poderá falar de pessoas honestas, principalmente daquelas que mantém sua palavra, pois ele desconhece noções básicas de oportunidade (oportunidade é muito diferente do oportunismo seguido por DM), em especial daqueles depreendidos da frase de Sun Tzu: “Existem três coisas na vida que não têm volta: flecha lançada, oportunidade perdida e palavra dada”.

Para explicitar melhor: por não valorizar a própria promessa, DM perdeu a valorosa chance de somar José Janene ao seu caderninho de fontes (se é que ele tem algum) e de, quem sabe um dia, vir a se tornar um jornalista, na melhor acepção da palavra. Perdeu ainda a oportunidade de angariar novas fontes, pois será difícil alguém vir a confiar em quem se orgulha em (repito) se nivelar por baixo.

Seu intento de jornalista marrom foi atingido: deu-se um quiprocó no Planalto Central (e só!). Como não poderia deixar de ser, em vez de assumir o que escreveu, DM escondeu-se na alcunha de “articulista”. Os jornalistas decentes poderão respirar aliviados, nem mesmo DM se considera um jornalista. Todavia, os “articulistas” terão sérios problemas com esse arremedo, pois foram todos rebaixados ao roto saco anti-ético que contém DM.

Até a próxima!

Ps.: Supondo que Diogo Mainardi venha a ler este post, convém inserir um glossário, para evitar que ele tenha problemas em compreender o texto:

Ética: Reflexão sobre os fundamentos da moral. O que caracteriza a ética é a sua dimensão pessoal, isto é, o esforço do homem para fundamentar e legitimar a sua conduta (afilosofia.no.sapo.pt/CONCEITos.htm).

Acinte: de caso pensado, provocação. (Dicionário Aurélio – aquele livro que deve estar fazendo a alegria das traças em sua residência – traça: inseto que se alimenta de tecidos, peles, cereais armazenados e livros esquecidos na prateleira).

Primar pela ética: esmerar-se em favor da ética, esforçar-se por manter aspectos éticos naquilo que se faz.

Resguardar o sigilo da fonte: cuidar para que o nome da pessoa que lhe revelou algo seja mantido em segredo (para melhor entendimento, é o contrário daquilo que o senhor fez no referido “artigo” – sic.)

Palavra dada: promessa que, uma vez feita, deve ser cumprida (exatamente o oposto do que o senhor costuma fazer)

Portar-se como homem: primar pela ética e pelo bom senso (não vou explicar o que é bom senso, pois para fazê-lo compreender seriam necessários infinitos posts) e honrar (respeitar) as promessas feitas.

Nivelar-se por baixo: tomar como exemplo ou meta algo ou alguém que está longe de representar o melhor.

Sun Tzu: general chines que viveu no século IV a. C. Comandou o exército real de Wu, acumulando inúmeras vitórias ao derrotar os exércitos rivais e capturar seus líderes. Profundo conhecedor das manobras militares, escreveu A Arte da Guerra, na qual ensina estratégias de combate e táticas de guerra, que podem ser utilizadas no cotidiano. Para tanto, é necessário o mínimo de esforço intelectivo. Assim, creio que o senhor não conseguirá atingir a proposta (www.suntzu.hpg.ig.com.br).

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