Tem certas coisas que nunca mudam.

Há entre alguns filósofos a teoria da essência. Muda-se tudo, menos a essência. Arrisco colocar nestas coisas "imutáveis" o amor.

Assim como a essência, passe o tempo que for, o amor não muda e não morre. Ele pode até permanecer ali, quietinho, no cantinho dele, por pura impossibilidade de se dar vazão de se liberar esse amor. Podemos jurar que ele morreu, mas (tsc, tsc, tsc) amor que é amor nunca morre. Ele não se faz presente para que possamos viver. É por isso que se diz que o amor é generoso. O amor também é forte, mais forte até que a dor. E, pode parecer piegas, mas é imortal sim. Nada, nem mesmo a morte acaba com o amor. Seguimos amando sempre e para sempre.

Os amores, a princípio, obedecem certas espécies: amor de amigo, amor de irmão, amor de mãe, amor de filho, amor de mulher... Em todos eles, permanece a essência de amor (sim, o amor também tem a sua essência). Mudam os tempos, inventam-se novas tecnologias, modificam-se os cenários, mas o amor está lá (sempre está, ou você nunca se pegou pensando: "ah, fulano(a) adoraria ver isso, comer isso, estar aqui..."). O amor sempre está aqui, aí ou acolá, porque o carregamos conosco e, junto dele, a pessoa amada nos acompanha aonde quer que vamos, em todos os nossos atos, em todas as nossas escolhas, por mais pessoais que sejam.

O amor impede que nos esqueçamos de quem amamos, por isso é difícil esquecer um grande amor (ia colocar "impossível", mas vá que tenha alguém aí que jure conseguir matar um amor). Na impossibilidade de se assassinar algo mais forte e que vai além da gente, acabamos por canalizar esse amor em outras áreas e atividades. Acho que são dessas canalizações que se descobre o que há de melhor em todos os campos do conhecimento. Sim, o amor também move o conhecimento!!!

Fico espantada quando confundem amor e paixão. Ambos são maravilhosos, um dura pouco comparado ao outro. Paixão pode durar bastante, mas eterno mesmo só o amor. ("que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure" não é amor, é paixão). Pode-se enganar-se com uma grande paixão, mas nunca com um amor.

Procuramos a pessoa a quem amamos em tudo a nossa volta: "nossa, ele(a) se parece tanto com fulano(a)", "conheço alguém que tem exatamente essa mania", "isso é a cara de fulano(a)". Todas as lembranças nos remetem a esse amor. Neste momento, tentamos até sufocar o sentimento, e o amor, generosamente, recolhe-se (não, não é mérito seu).

Eu tenho meus amores sim, amores de anos, amores de véspera (são aqueles que vocês sabiam que viriam. Mesmo sem conhecer a pessoa amada, já a conheciam. Confuso, mas é assim mesmo). Amores felizes e tristes.

A tristeza não vem do amor, mas da impossibilidade de vê-lo relizado da maneira que eu gostaria que fosse. Em resumo, a tristeza não vem do meu amor, nunca veio. Veio de mim e de minhas impossibilidades. Achamos que temos as rédeas de nossas vidas em nossas mãos, mas nem sempre é assim. Se não temos das nossas, que dirá das dos outros?

Não, nunca perdi um amor. Posso não tê-los próximos a mim, mas sempre tenho (e terei) meu amor por eles comigo. O amor independe da proximidade física de outrem. O amor está lá, sempre estará, mesmo que a pessoa não esteja.

Se alguém, algum dia, disser "perdi um grande amor", pode apostar de olhos fechados: ou não era amor, ou ele(a) confunde amor com os desdobramentos deste (tocar, ver o sorriso e sorrir pra quem se ama, ouvir e dizer "eu te amo", etc.).

Não, meu amor, eu não perdi você, nem você me perdeu. Estamos, apenas, temporariamente distantes. E mesmo que você não me possa ler, eu sei que você sabe o quanto eu te amo.

Até a próxima!!!

Comentários

  1. É tão bom falar de amor... E ler é uma delícia!
    O amor é isso mesmo! Pena que nem todos acreditem em tudo isso e transformam amor em prisão, em dor...
    O amor independe do outro, ele existe e ponto final.
    Gostei das suas idéias, amiguinha, aliás, sempre gosto independente de concordar com elas ou não.

    Beijão!!!


    Luciene

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  2. Oi, Lu!!!!

    Que bom que você gostou :oD.
    Nunca tinha escrito sobre o amor, mas achei necessário expor meu ponto de vista. Há quem acredite que não é nada disso, eu mesma não acreditava, mas o amor é insistente e verdadeiro, nós é que falseamos tudo.
    Por conta desse falseamento, aliado à concepção de amor = posse é que a gente se lasca. Não somos donos de nada! Nem de nós mesmos. Um bom exemplo é quando temos filhos, eles não nos pertencem, têm suas próprias vidas, seus próprios caminhos. Nós apenas somos seus pretensos guias e sempre seus portos seguros (é o nosso amor por eles e o deles por nós que permite essa segurança).
    É uma pena quando essa confusão é tida como certeza. Passamos de amantes e amados a donos intolerantes. Esquecemos o amor para dar valor à posse.
    Um dia a gente aprende.

    Bjus!!!

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  3. Não coloque em tão baixa conta o poder de um "...tocar, ver o sorriso e sorrir pra quem se ama, ouvir e dizer 'eu te amo', etc..."

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  4. Não, não estou pondo em "tão baixa conta" nada disso. Só falei que esses atos não são o amor propriamente dito, mas desdobramentos dele. Eu sei (ô se sei) o quanto é difícil não poder fazer isso tudo, mas a impossibilidade de realizar isso tudo não significa que não se ame mais. Sigo amando sempre e pra sempre, mesmo sem poder tocar, sem poder dizer e ouvir "eu te amo" e sem poder sorrir ou ver o sorriso de quem amo.

    Um abraço!

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