Coisas que te fazem flutuar...

Apesar de o título ser bastante sugestivo, eu não vou tecer comentários sobre rosas (não gosto de receber flores... elas murcham!!! Fora a trabalheira que dá arranjar vaso pra acondicionar as pobrezinhas. Dêem-me livros!!!), bombons (dieta!!!), jantar a luz de velas (também não gosto e, segundo minha mãe, se alguém me levar a um jantar de velas, do jeito que sou desastrada, o local correrá sério risco de incêndio com a minha presença). Chega de me detonar e vamos ao que interessa...

Sabe quando você está cheia de problemas, ou triste, ou qualquer coisa que o valha e você se dedica a algo que lhe tira desse círculo vicioso, nem que seja por instantes??? É dessas coisas flutuantes que eu vou falar (pelo menos daquelas que se aplicam a mim).

Sou um tipo estranho de pessoa. Logo que surge um problema ou acontece alguma coisa que insiste em me deixar triste, geralmente, eu afundo a cabeça no trabalho e, estranhamente, adoro quando o trabalho é complicado e, por isso, vai exigir bastante dos meus neurônios. Houve momentos em que agradeci a Deus por ter sobrado algum abacaxi para eu descascar. Esses eram meus melhores trabalhos, conseguia achar solução do nada, tirar leite de pedra. Mas (o "mas" dessa história é bom) eu notei que me relegava apenas aos papéis de profissional e de mãe (deste eu nunca descuidei). Ora, eu não sou só assessora para assuntos diversos (é uma assessoria sem especificidade, passou da porta, a gente resolve!!!) e mãe do Marco Aurélio (lindo, maravilhoso, gostoso, fofo, inteligente, bem educado, esperto, carinhoso, brincalhão... coruja, eu??? Imagina!!!), também sou a Andrea, aquela garota (mentalmente, ainda não saí da adolescência) brincalhona, com muito senso de humor, simpática, que adora ler, pensar, falar, escrever, etc...

Assim, resolvi voltar fazer coisas das quais sempre gostei. Comecei com este blog, que se revelou uma grata surpresa ao me presentear com uma amiga gente boníííííííííííííssima (alô, Luciene, esta é você), além de soltar alguns dos meus bichinhos interiores (só os menos ferozes... os outros soltarei aos poucos), falar um pouco de mim. Depois, resolvi encarar a dança do ventre e deixar as picuinhas e coisinhas chatinhas (o diminutivo é puro eufemismo) de lado.

É impressionante o resultado benéfico disso tudo!!! Quando eu danço, tudo some!!! Ficamos apenas eu e a dança. Nesse mundinho não cabem os problemas, não sei explicar direito. A impressão que eu tenho é que até os problemas conhecem os seus limites, eles não entram na minha dança. Respeitam, inclusive, as aulas.

Já escrever é um tantim mais complicado. Creio que seja porque sempre usei e abusei da escrita para desabafar, pra descontar no papel tudo o que me afligia. Isso sem contar as entrelinhas, que dizem muito mais que as linhas propriamente ditas. A verdade é que, apesar de gostar muito de escrever, tenho medo de fazê-lo, pois fica um pouco da gente, da nossa alma, em cada texto. E quem souber ler o que se escreve, mesmo que não nos conheça, acaba tendo acesso a nossa intimidade.

Escrever blogs, diários ou qualquer outra coisa em que se fale de si, exponham-se situações acontecidas no cotidiano, mas que lhe marcaram e se quer dividi-las, é difícil, extremamente difícil, posto que nos expomos deveras, devido ao simples registro. Falar é fácil, pois não há entrelinhas. No registro não, as entrelinhas (pedacinhos de nós mesmos) estão lá pra quem souber ler, por mais engraçado, sarcástico ou irônico que seja o texto. Meu cuidado é não me expor, mas sempre saio frustrada, pois sempre há um toque pessoal em cada linha, ainda quando eu tento não passá-lo.

Em outros tempos, simplesmente deixaria a escrita de lado, mas hoje eu quero aprender a escrever de modo que eu logre êxito em expor apenas aquilo o que eu desejo. Eu posso até não conseguir, mas não me custa tentar.

Chega de escrever, começaram "As terríveis aventuras de Billy e Mandy".

Até a próxima!!!

Comentários

  1. Oi Andrea!
    Fico feliz por ter sido citada neste post tão significativo.
    Entendo o seu "problema" com relação a se expor... Eu escrevo diário desde os 14 anos e sempre me fez muito bem. O blog passou a ser uma extensão destes que passaram do papel pro computador com um detalhezinho (já que falamos de eufemismos...) a mais, ser público.
    Quando eu escrevia no papel, meu diário era guardado a 7 chaves e, quando comecei com blog (em 2001 mais ou menos) foi um desafio me expor e eu simplesmente adorei dar um "dane-se" pra todo mundo e experimentar a sensação de dizer, "sou assim mesmo, e daí?!". Considerei um exercício em direção à maturidade pois eu também, amiga, teimava em não sair da adolescência.
    Daí o blog ficou popular entre meus amigos e até meus pais começaram a ler. Daí, entre comentários inconvenientes do meu irmão mais novo e observações não muito elogiosas do meu pai decidir parar com aquela invasão do meu mundinho e exclui o danado do blog. Considerei mais um passo em direção ao que eu queria chegar como ser humano... Eu quero que o mundo saiba quem eu sou mas eu percebi que tenho meus limites e estou respeitando-os agora. Foi assim que surgiu meu bloguinho novo, o "Mudei de idéia" (deu pra entender 1 dos motivos do título agora?).
    Adorei o assunto do post pois eu também adoro "flutuar" e faço isso muito bem (vendo treinando há "séculos"!). Com relação às entrelinhas, sinto dizer mas você entregar muito mais do que você pensa entregar e isso não faz mal, a meu ver, só te deixa mais humana e muito mais interessante.

    Beijão!!!


    Luciene

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  2. PS.: Ainda não saí da adolescência e, sob alguns aspectos, não sairei nunca pois a vida fica muuuuuito mais divertida assim!

    Beijão!!!


    Luciene

    ResponderExcluir
  3. Ainda bem que você "mudou de idéia" :oD.
    Esse lance de se expor é complicado... ainda mais pra mim que sou um paradoxo: sou contra a minha exposição, mas acabo me expondo e/ou mandando recados nas entrelinhas. Eu simplesmente não consigo esconder nada (ou quase nada), partilho tudo, desde aquelas tristezas mais fundas até as extremas alegrias.
    Por um milagre da divina providência, às vezes consigo transmutar real motivo de meus escritos e crio textos mais ou menos filosóficos. Enfim, não consigo esconder tudo o que realmente gostaria de ocultar, sempre puxo uma pontinha do véu.
    Essa explicação tá meio complicadinha, mas espero que você entenda :oS. (Credo, nem parece que fiz Letras!!!).

    Bjus!!!

    Andrea

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